FORMAS E IMPLICAÇÕES DO RACISMO ENTRE NÓS: DIALOGANDO COM OS CLÁSSICOS
Palavras-chave:
escravidão, racismo, BrasilResumo
O objetivo do presente trabalho é, a partir de um “diálogo” com Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Florestan Fernandes, fazer uma reflexão sobre as formas e as implicações do racismo no Brasil. Para tanto, em termos metodológicos, procedemos a uma revisão bibliográfica atenta e crítica a respeito de como esses clássicos das ciências sociais brasileiras compreenderam a escravidão entre nós. Chegamos à conclusão de que os dois primeiros autores, absolutizando ou supervalorizando a transigência que os portugueses demonstraram em relação a alguns elementos da questão racial, desenvolveram uma visão “romantizada” da escravidão, levando a crer numa escravidão “branda” ou mesmo inexistente, o mesmo valendo para o racismo. Por seu turno, Florestan Fernandes demonstra sobejamente o peso e a violência da escravidão, inclusive para além de sua vigência jurídica, pois que seus efeitos - entre os quais está o racismo - continuaram a pesar negativamente na vida da “população de cor” mesmo depois da Abolição. Ao fim do percurso aqui realizado, é possível afirmar que, se a princípio o racismo esteve ancorado na escravidão, servindo-lhe de explicação e justificativa, ele foi capaz de sobreviver a ela, figurando, hoje, como um de seus mais vivos e nefastos legados.
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