POTENCIALIDADES DAS NARRATIVAS ORAIS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA INOVADORA E INTERDISCIPLINAR NO ENSINO MÉDIO INTEGRADO

Autores

  • João Ricardo Avelino Leão Ifac
  • Francisco Gilberto Mendes dos Santos

Resumo

Contextualizar o ensino de forma a torná-lo uma prática satisfatória ao discente que atenda sua individualidade e que priorize o espaço onde ele está inserido é desafiador. Este artigo teve o objetivo de investigar como as narrativas orais de histórias de vida na Amazônia podem contribuir como possibilidades comunicativas da cultura e indicar como essas trajetórias personalizadas podem ser utilizadas em sala de aula. Para isso, optou-se pelo trabalho com história oral, a partir de relatos de moradores da localidade, obtidos através de entrevistas com gravações de áudios. O trabalho foi desenvolvido no Instituto Federal do Acre, IFAC - campus Tarauacá, durante os meses de setembro de 2020 a agosto de 2021. A análise dos dados ocorreu com base nos pressupostos teóricos da análise textual discursiva (ATD). Ao final, foram produzidas 12 narrativas do gênero memórias - histórias de vidas, nas quais procurou-se caracterizar os perfis dos sujeitos e o contexto em que as narrativas ocorreram, por meio de elementos presentes nas narrativas, que remetem a aspectos temporais, espaciais, culturais e semânticos, por meio de figuras de linguagem, como a metáfora, a comparação, a gradação, a prosopopeia, hipérbole e o eufemismo que podem ser usadas na prática docente. As memórias individuais e coletivas dos sujeitos permitiram traçar um panorama da localidade, desde a época dos seringais aos dias atuais, evidenciando acontecimentos, lugares, personagens, costumes, devoções, organização familiar, social, econômica, cultural e religiosa, além de valorizar as experiências das pessoas idosas, levando-as a se enxergarem como sujeitos dentro dos processos educacionais e sociais. 

Referências

ALMEIDA, L. R.; PRANDINI, C. A.; SZYMANSKY, H. A entrevista na pesquisa em educação. Revista Educação em Questão, São Paulo, v.57, n.53, p.1-4, 2019.

BARBOSA, J. F. Narrativas orais: performance e memória. 2011. Dissertação (Mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2011.

BATISTA, G. A. Entre causos e contos: gêneros discursivos da tradição oral numa perspectiva transversal para trabalhar a oralidade, a escrita e a construção da subjetividade na interface entre a escola e a cultura popular. 2007. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual de Taubaté, Taubaté, 2007.

BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Dispõe sobre a criação dos Institutos Federais. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 05 jul. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução nº 2, de 7 de abril de 1989. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais. Diário Oficial da União, Brasília, 15 de abril de 1988.Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 05 de jul. 2022.

BENJAMIN, W. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. 3. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

CANDAU, J. Memória e identidade. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2019.

ELIADE, M. O mito do eterno retorno. 1. ed. São Paulo: Mercuryo, 2002.

FERRANTE, M. J. Seringal. 2. ed. Rio Branco: Ufac/Fundape, 2003.

FREIRE, Paulo. Importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1989.

FRIGOTTO, G. A interdisciplinaridade como necessidade e como problema nas ciências sociais. Revista do Centro de Educação e Letras, Rio de Janeiro, v.10, n.1, p. 41-62, jan./jun., 2008.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed., São Paulo: Atlas, 2010.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia E Estatística. Disponível em:

https://cidades.ibge.gov.br. Acesso em: 05 jul. 2022.

KOCH, I.V; ELIAS, V. M. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

LE GOFF, J. História & Memória. 7. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2013.

LIRA, T. M. Comunidades ribeirinhas da Amazônia: organização sociocultural e política. Revista Interações, Campo Grande, v. 17, n. 1, p. 66-76, 2016.

MORAES, R; GALLIAZZI, M. Análise Textual Discursiva: processo reconstrutivo de múltiplas Faces. Revista Ciência & Educação, São Paulo, v.12, n.1, p. 117-128, abr. 2006.

MEIHY, J.C.S.B; SEAWRIGTH, L. Memórias e narrativas: história oral aplicada. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2020.

MEIHY, J. C.S. B. Os novos rumos da história oral. Revista de História, São Paulo, v.2, n.155, p.191-203, mar. 2006.

MORAN, J. M; MASETTO, M. T; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 21. ed. Campinas: Papirus, 2013.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

PERAZZO, P. F. Narrativas Orais de Histórias de Vida. Revista Comunicação & Inovação PPGCOM/USCS, São Caetano do Sul, v.16, n. 30, p. 120-131, jun./ abr. 2015.

RIBEIRO, P. M; CASSUCE, F. C. C; Curi, R. L. C. Desigualdade e estrutura familiar: análise comparativa. Revista de Desenvolvimento Econômico-RDE, Salvador, v.1, n.42, p. 33-60, abr. 2019.

RIBEIRO, P. R. M. História da educação escolar no Brasil: notas para uma reflexão. Revista Paidéia, Ribeirão Preto, P. 17-30, v.3, n.4, p. 17-30, mar.1993.

SANTOS, B. M. S. História, memórias educacionais e diálogos interculturais no contexto escolar da fronteira Brasil/Bolívia. 1. ed. Porto Velho: Temática Editora, 2021.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed., São Paulo: Cortez, 2007.

SOUZA, C. A. A. História do Acre: novos temas, novas abordagens. 8. ed. Rio Branco: Editora Carlos Alberto Alves de Souza, 2013.

Downloads

Publicado

23-11-2022

Como Citar

Avelino Leão, J. R., & Mendes dos Santos, F. G. (2022). POTENCIALIDADES DAS NARRATIVAS ORAIS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA INOVADORA E INTERDISCIPLINAR NO ENSINO MÉDIO INTEGRADO. Revista Conexão Na Amazônia, 3(Edição especial), 291–310. Recuperado de https://periodicos.ifac.edu.br/index.php/revistarca/article/view/159

Edição

Seção

Edição Especial VII CONC&T 2022